segunda-feira, 26 de novembro de 2012

Abílio Antero Vilela Areias (1873-1927) ou de quando os médicos faziam da medicina um sacerdócio



José Abílio Coelho[1]

Dr. Abílio Antero Vilela Areias




Abílio Antero Vilela Areias morreu de acidente vascular cerebral na manhã do dia 23 de Maio de 1927, no seu consultório, situado no Largo do Amparo da vila da Póvoa de Lanhoso. Acabara de atender alguns doentes que procuraram a sua consulta matinal e preparava-se para dar uma injecção ao seu então jovem sobrinho José Joaquim Teixeira Ribeiro (mais tarde professor e reitor da Universidade de Coimbra) quando, de repente, tentou levar as mãos à cabeça e de imediato tombou no chão soalhado para não mais se levantar.
A triste notícia correu célere por toda a vila. E ao seu consultório foram chegando, um após outros, todos os seus colegas de profissão que exerciam na terra: Dr. Adelino Rebelo Pinto Bastos, considerado o seu melhor amigo; depois o Dr. Custódio Silva; e, por último, juntos, o Dr. Adriano Vieira Martins e o Dr. Cerqueira Gomes, este de Braga mas encontrando-se acidentalmente na Póvoa de Lanhoso. Todos constataram, após várias tentativas para o reanimarem, que nada havia mais a fazer a não ser a confirmação do óbito[2].
Nessa manhã, uma segunda-feira de temperatura amena, a Póvoa de Lanhoso perdia um grande médico mas, sobretudo, via partir um amigo dos pobres. Lia-se no semanário Maria da Fonte de 5 de Junho de 1927: “Ninguém como ele soube, pela sua modestia, pelo seu desinteresse, pela sua extraordinaria dedicação a todos aqueles que recorriam à sua elevadíssima competência de clínico, criar amizades, que vimos tornadas numa quase adoração. Mas, se alguma das grandes qualidades da sua nobre alma pode elevar-se às outras, essa foi, sem dúvida, a da Caridade. Caridade com a mão fechada, caridade como Deus manda e abençoa, caridade que vimos testemunhada pela apoteose de lágrimas que lhe prestou o povo de muitas freguesias deste concelho, reunido em massa nas proximidades de S. Martinho do Campo [onde foi sepultado], para se incorporar no imponente cortejo fúnebre que o acompanhou à última morada. Nunca os nossos olhos viram uma scena de tão comovedora saudade e de tão significativa grandeza”[3].

O homem

Abílio Antero Vilela Areias era natural da freguesia de Louredo, concelho da Póvoa de Lanhoso, onde nasceu no dia 11 de Dezembro de 1873, descendente da conhecida família da Quinta de Couço. Filho de António Viela Areias e de sua mulher D. Elisa Casimira de Abreu Geão, ambos proprietários, ele natural de Nossa Senhora da Oliveira, vila de Guimarães; ela da de Fontarcada, Póvoa de Lanhoso, era neto paterno de António Joaquim da Silva Areias e de D. Antónia Amália Vilela, e materno do conselheiro António Clemente de Souza Geão, antigo juiz de fora e governador civil do distrito de Braga, e de sua mulher D. Joana Emília de Abreu Geão. Para padrinho da criança foi escolhido Santo António, representado, pelo toque na coroa da imagem, por José Plácido Correia de Vasconcelos, escrivão de direito na vila da Póvoa e tio do menino, e madrinha a pequenita Elvira Amália Vilela Areias, irmã do baptizado, que não assinou o assento por não saber ainda escrever. O celebrante foi o encomendado de Louredo, reverendo António Manuel de Oliveira[4].

Casa da Quinta de Couço, onde Abílio Areias nasceu em 1873

Abílio Areias aprendeu na residência paterna as primeiras letras, indo depois para a cidade de Braga, em cujo Liceu concluiu os “preparativos”. Terminados estes, matriculou-se na Escola Médico-Cirúrgica do Porto onde se formou, no ano de 1902, tendo, a sua tese inaugural, com o título Duas palavras sobre Etiologia e Pathogenia da Purpura, sido apresentada ao júri da escola no início do Verão do mesmo ano[5]. Terminado o curso, optou por se estabelecer profissionalmente na Póvoa de Lanhoso, onde se tornou médico abalizado e querido.
Viria a casar-se em 24 de Maio de 1913 com D. Gertrudes Vieira Ramalho[6], natural de Vieira do Minho, união da qual não nasceram filhos.
O casal passou a residir na freguesia de S. Martinho de Campo. Abílio Areias, apesar de possuir automóvel desde muito cedo, preferia vir a pé diariamente de Campo para a Póvoa, para, desse modo, ir falando com as pessoas que encontrava pelo caminho. Testemunhava um contemporâneo que, quando certo dia, um amigo de infância, de Louredo, lhe falava nas diferenças sociais existentes entre ambos, respondeu: Não há diferença nenhuma. Não fomos baptizados ambos na mesma pia com a mesma água benta?
À época em que Abílio Antero Vilela Areias se formou, Portugal debatia-se ainda com enorme falta de médicos. O século XIX, especialmente a sua segunda metade, foi tempo de grande evolução da medicina. Ficar na cidade, montar consultório num grande centro urbano, era a opção que muitos dos médicos recentemente formados seguiam. Mas Abílio Areias quis, desde logo, cortar com essa tradição, vindo instalar consultório na vila sede do seu concelho natal. A Póvoa de Lanhoso era, então, um dos muitos municípios que em Portugal se debatiam com enorme falta de clínicos, sendo o Dr. Lino Vieira, já muito entrado em anos, o rosto mais visível dessa profissão.
Para além de exercer clínica privada e de ter sido médico municipal, como mais à frente se verá, o Dr. Abílio Areias foi também facultativo do Hospital António Lopes, sendo pessoa da maior confiança do fundador do estabelecimento privado de saúde, o benemérito António Ferreira Lopes. Foi mobilizado como “médico civil”, durante a I Grande Guerra, tendo recebido a patente de miliciano em 3 de Fevereiro de 1917 e a de capitão em 24 de Setembro do mesmo ano[7].
Amigo pessoal do Dr. Manuel Monteiro (primeiro governador civil de Braga nomeado pelo governo provisório da República), Abílio Areias foi o escolhido para ser o primeiro administrador do concelho da Póvoa de Lanhoso após a implantação da República. No entanto, dado exercer ao tempo o cargo de médico municipal, a sua prestação política foi dada como incompatível com as funções que deveria desempenhar. Não chegou a tomar posse, tendo sido substituído pelo também médico Adriano Vieira Martins. A partir dessa data, Abílio Areias passou a dedicar-se exclusivamente à medicina, tornando-se mesmo “o médico mais importante para que a abertura do Hospital António Lopes tivesse o sucesso que teve”[8].

A casa onde se situava o consultório do Dr. Abílio Areias



Aviso publicado no semanário Maria da Fonte em Abril de 1915

 “A sua morte veio enlutar os pobres do concelho e sobretudo da sua querida freguesia de Louredo, que lhe foi berço e da qual nunca quis separar-se pelo muito que lhe queria. Podendo como tantos, após a sua formatura, procurar nos grandes centros logar para exercer a sua profissão de médico distinto, e onde certamente auferiria largos proventos, preferiu fixar-se na Póvoa, perto da família e dos pobres do seu concelho, sabendo de antemão que os proventos seriam nulos. Nunca regateou a um pobre os seus serviços, embora soubesse que nunca lhe seriam pagos”.
Era irmão das senhoras D. Elvira Amália Geão Areias Ribeiro, D. Clotilde Geão Areias Ribeiro, D. Adozinda Geão Areias da Rocha, D. Laura Geão Areias e D. Maria do Loreto Geão Areias e do sr. Alfredo Vilela Areias; era sobrinho da veneranda D. Zeferina de Sousa Geão, e cunhado dos srs. Dr. Alfredo Ribeiro (advogado e oficial do Registo Civil neste concelho), e de Henrique Rocha (contador do juizo e 1º comandante dos Bombeiros Voluntários de Ponte de Lima, depois de o ter sido dos da Póvoa de Lanhoso); era tio de Ester Areias Gil da Costa, Laura Areias Ribeiro, Irena Areias da Rocha e Maria da Conceição Areias da Rocha, António Belarmino Teixeira Ribeiro, Armando Ribeiro, Aristides Ribeiro, Abílio Ribeiro, José Joaquim Teixeira Ribeiro e Arnaldo Rocha[9].

Médico do Partido da Câmara

Em Janeiro de 1906 foi criado, em reunião da câmara municipal, um segundo Partido médico para o concelho da Póvoa de Lanhoso[10], mantendo-se o sistema de “pulso cativo” ou seja, sendo o médico a admitir por concurso obrigado não só a atender gratuitamente os pobres mas, ainda, “a curar”, pelos valores estabelecidos numa tabela aprovada pela corporação municipal, e que servia já para o médico do primeiro Partido, todos os doentes que se apresentassem a consulta ou chamassem o médico a domicílio[11]. O médico do primeiro Partido era o Dr. Lino António Vieira.
A provisão deste segundo lugar ora criado iria contudo demorar mais de um ano a ficar concluída.
Em reunião municipal de 9 de Agosto do mesmo ano, foi dito pelo presidente “que esta corporação deliberou na sua reunião ordinária de 4 de Janeiro do corrente ano criar um novo partido médico com sede nesta vila, e remuneração de 240:000 réis anuais”. A área reservada a este novo Partido era composta pelas freguesias de Santo Emilião, São Martinho do Campo, Louredo, Vilela, Garfe, Taíde, Sobradelo da Goma, Esperança, Brunhais, Travassos, Oliveira, Fontarcada, São Gens de Calvos e Serzedelo, ficando as restantes catorze freguesias do concelho a constituir a área do antigo Partido, sendo quea vila sede do concelho ficava dividida pelos dois médicos. O novo facultativo a ser provido fica sujeito às seguintes condições:
a) À tabela já existente para o antigo Partido, isto é, consultas em casa do facultativo e em que sejam necessário empregar mais que um meio de observação, para o diagnóstico da doença especialmente para doenças internas: 300 réis;
b) Consultas repetidas para a mesma doença ou de fácil observação especialmente para doenças internas: 200 réis;
c) Visitas aos domicílios pagas na razão de 200 réis por cada quilómetro até à distância de 5 quilómetros e daí para cima a 100 réis por cada quilómetro a mais, não podendo nas distâncias normais ser contados mais de 10 quilómetros;
d) Nas distâncias mínimas o preço de cada visita não será inferior ao duplo do preço mínimo das consultas;
e) Obrigações a atender gratuitamente as pessoas pobres consoante o artigo 125º do Código Administrativo e demais leis em vigor;
f) Ficava ainda sujeito à mesma tabela quando fizesse serviço fora da sua área, o que seria sempre obrigatório no impedimento do médico a que ela pertencia.
A criação deste segundo Partido com a dotação de 240:000 réis anuais foi autorizada pelo “governo de Sua Majestade” através de decreto de 15 de Fevereiro de 1906[12]. Também o governo civil viria a dar o seu parecer positivo ao provimento, por ofício (nº 315) de 6 de Agosto do mesmo ano. Seguidamente, encontrando-se superiormente aprovada a abertura do concurso para provimento do lugar de facultativo municipal nos termos do artigo 110º do código administrativo e com as condições acima referidas, decidia a câmara que o mesmo fosse publicitado[13].
Entretanto, nos termos da lei e para tal requerida pelo próprio, a câmara atestava, em acta de 20 de Setembro do mesmo ano, “bom comportamento” ao médico Abílio Antero Vilela Areias, natural da freguesia de Louredo (Póvoa de Lanhoso”, filho do grande proprietário agrícola António Vilela Areias[14]. O atestado pedido à câmara destinava-se a ser apresentado no concurso para admissão do médico do segundo Partido, ao qual Dr. Abílio Areias viria a apresentar-se como único concorrente.
Na reunião municipal de 4 de Outubro e dando seguimento ao processo de criação do novo Partido médico, consoante aprovação em acta de 9 de Agosto próximo passado e já publicitado no Diário do Governo, Correio do Minho e A Maria da Fonte, foi pelo secretário da câmara apresentado um requerimento de Abílio Antero Vilela Areias, “medico cirurgico” pela Escola Médico-Cirúrgica do Porto. Foi o único candidato ao concurso. O processo constava de certidão de idade provando ter mais de 21 anos, certidão de registo criminal a provar que estava livre de culpas, certidão de recenseamento militar a provar que fora recusado para a vida militar e dois atestados de bom comportamento, um emitido pela câmara e outro pela administração do concelho, bem como “publica forma de carta pela escola médica do Porto em que mostra estar habilitado medico cirurgião e certidão de aprovação no curso de medicina sanitária”. Analisados todos os documentos, entregues dentro do prazo e visto ser o único concorrente, a câmara decidiu admiti-lo ao concurso. Depois, foi pelos vereadores votada, em escrutínio secreto, a sua admissão ao novo Partido, obtendo o candidato seis votos, tantos quantos os vereadores presentes e ficando com o ordenado e as obrigações estabelecidas em acta de 9 de Agosto passado[15].


Dr. Abílio Areias pouco antes do seu falecimento
A decisão foi comunicada ao governo civil que, por despacho de 22 de maio de 1907, emanado do ministério da Fazenda, informava a câmara dever o Dr. Abílio Areias pagar em 96 prestações a quantia de 144:000 réis de direitos de mercê resultantes do provimento no lugar de facultativo municipal e ainda os respectivos adicionais incluindo o de 2,5% na importância de 3:600 réis para o registo de cartas[16].
O Dr. Abílio Areias desempenharia o cargo de médico municipal na Póvoa de Lanhoso até maio de 1927, altura em que pediu à câmara a sua exoneração[17]. Para o substituir, seria nomeado o Dr. Adriano Vieira Martins.
O Dr. Abílio Areias viria a falecer, sem que nada o fizesse esperar, a 23 de Maio de 1927, poucos dias depois de ter solicitado a exoneração.


Sobre ele se escreveram alguns textos:

 “A geração académica do meu tempo teve no dr. Abílio Areias um dos seus mais nobres representantes.
Espírito muito culto, livre e desempoeirado, alma aberta a todos os ideais generosos, pensando alto e de alto vendo os problemas scientificos e sociais da sua epoca, o dr. Abílio Areias foi um dos rapazes que, pela sua perfeita austeridade moral, mais firmemente vincaram a sua passagem pelos bancos da escola.
A homenagem simples que hoje lhe prestam todos aqueles que tiveram a felicidade de avaliar os primôres do seu espírito e do seu coração, bem longe fica da que merecia a memória do nosso querido amigo.
Porto, 25-5-1929, Santos Silva, médico” [18].

 “Prestar homenagem ao mérito, de qualquer natureza que seja, nada mais grato e consolador. Exige-o a nossa consciência, impõe-no o nosso espírito.
Comemora-se hoje o aniversário do falecimento do Dr. Abílio Areias; como seu amigo e colega curvo-me respeitosamente perante a sua memória, no cumprimento dum dever de amizade e justiça.
Passara na vida fazendo o bem; e a prova é a apoteóse de lágrimas de saudade do seu funeral, feita pelo reconhecimento e a gratidão daqueles a quem um dia consolada. Fôra bem o sucessor, e continuador dessa outra grande figura de médico, que na Povoa se finara, o Dr. Lino Vieira.
Almas gémeas pela bondade e pela dedicação, eles constituem um símbolo do nobre mister de aliviar dores, no desinteresse com que prodigalizavam os seus serviços e no sendo clínico com que os faziam.
Morrera o Dr. Abílio Areias no seu posto, no exercício da sua profissão; evocando o seu desenlace, faço-o propositadamente, para que, avaliando-se da natureza e do sofrimento intimo, profundo, que ela acarreta, mais e mais se patenteie a grandeza da sua alma.
São duas palavras, apenas, estas, as que escrevo, de resto, elas bastam para sinceramente afirmar a minha saudade e publicamente render o meu culto de veneração por aquele que, em vida, se chamara o Dr. Abílio Areias.
Porto, Maio de 1929, Manuel Ferreira”[19].



[1] Bolseiro da FCT - Fundação para a Ciência e a Tecnologia e membro do CITCEM/Universidade do Minho.
[2] Maria da Fonte, de 5 de Junho de 1927, p. 1
[3] Maria da Fonte, de 5 de Junho de 1927, p. 1
[4] Arquivo Distrital de Braga, Livro de assentos de baptismo, paróquia de Louredo (1750-1875), fl. 41v.
[5] Areias, Abílio Antero Vilela, Duas Palavras sobre a Etiologia e Pathogenia da Purpura, Porto, 1902. A tese é dedicada a seus pais, à memória de seus irmãos António e Ester, de sua avó D. Joana Emilia de Abreu Geão, de seus tios Dr. Belarmino de Sousa Geão e Basílio de Sousa Geão e de seus sobrinhos Alfredo e Abílio. Dos vivos, dedica o trabalho a suas irmães e a seu irmão (sem indicar nomes), aos seus cunhados Dr. Alfredo António Teixeira Ribeiro e João Henrique de Vasconcelos Rocha, e, por fim, aos seus sobrinhos e às tias e tio D. Zeferina Amália de Abreu Geão, D. Filomena de Abreu Geão e José Plácido Correia de Vasconcelos. Por fim, faz uma dedicatória generalizada aos seus amigos, aos seus condiscípulos e aos seus contemporâneos.
[6] Cf. Jornal Maria da Fonte, nº 930, de 25 de Maio de 1913, p. 2.
[7] Cf. Jornal Maria da Fonte, de 27 de Janeiro de 1952, p. 1.
[8] Cf. Jornal Maria da Fonte, de 27 de Janeiro de 1952, p. 1.
[9] Cf. Jornal Maria da Fonte, de 5 de Junho de 1927, p. 1
[10] Sobre Partidos médicos, cf. Coelho, José Abílio, Facultativos dos Partidos Municipais: cuidados médicos prestados aos doentes pobres nos concelhos e nos hospitais, in “Actas do IV Encontro Internacional de História Colonial”, Universidade Federal do Pará (Belém do Pará, Brasil), 5-7 Setembro de 2012.
[11] Arquivo Municipal da Póvoa de Lanhoso (doravante AMPL), Acta de 09 de Agosto de 1906, Livro 17, fl. 2.
[12] Diário do Governo, nº 36, de 17 de Fevereiro de 1906.
[13] AMPL, Acta de 20 de Setembro de 1906, Livro 17, fl. 2-3.
[14] AMPL, Acta de 20 de Setembro de 1906, Livro 17, fl. 4.
[15] AMPL, Acta de 09 de Agosto de 1906, Livro 17, fl. 5.
[16] AMPL, Acta de 27 de Junho de 1907, livro 17, fl. 17v.
[17] Cf. Jornal «Maria da Fonte», de 22 de Maio de 1927, p. 2.
[18] Maria da Fonte, nº 32, de 2 de Junho de 1929, p. 1.
[19] Maria da Fonte, nº 32, de 2 de Junho de 1929, p. 1.